terça-feira, 28 de outubro de 2014

O Tupi na Série C 2015. Faltou um gol.

Uma produção do Sportv que contou a história de Tupi 0x1 Paysandu, amenizando a tristeza da eliminação e homenageou amigos da imprensa esportiva, do presente e do passado, com uma trilha sonora de refinado bom gosto, a guitarra de The Edge, em With Or Without You, do U2.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

TUPI, UM PASSO À FRENTE.













Globo Esporte e Torcida motivam o Tupi

Brasil 2014 – A Copa dos Gols, das Surpresas e das Polêmicas.


Artigo publicado na edição nº 2 da revista Mundo & Movimento.


A palavra de ordem nas redes sociais era #naovaitercopa, refletindo os temores e a desconfiança generalizada diante da capacidade do pais organizar o maior evento do futebol, provendo estádios, obras de infra-estrutura, meios de hospedagem e pessoal bem treinado. No pais do futebol, vencedor de cinco das dezenove copas disputadas, hospedá-la de novo não era uma questão popular. Muitos fizeram o confronto equivocado entre os gastos públicos na preparação das cidades sede e a precariedade evidente dos serviços públicos de educação, saúde e segurança. Aconteceram protestos nas ruas em 2013, durante a realização da Copa das Confederações, projetando no ano seguinte, um mundial do fracasso, da insegurança e da vergonha, com milhares de turistas sendo mal recebidos em portos e aeroportos insalubres e mal acabados e expostos aos desafios da mobilidade urbana das nossas metrópoles. A FIFA e o governo entraram em desacordo quanto ao cronograma das obras e até algumas horas antes da bola rolar na Arena Corinthians, no 12 de junho, para Brasil x Croácia, ainda havia o que fazer em obras de acabamento e nos bastidores. O estereótipo do jeitinho brasileiro prevaleceu. O ambiente de negócios, o clima de pré copa, o sentimento popular foi afetado. Ruas e casas pintadas, espaços públicos e prédios decorados, tudo foi sendo adiado, anestesiado, ao contrario de edições passadas. Mas, bastou a contagem regressiva terminar e a largada acontecer para algumas verdades absolutas e críticos contumazes serem desmentidos pelos fatos. Dentro e fora de campo, aconteceu, não a copa perfeita, mas, aquela levada a bom termo pelo envolvimento do povo com a competição.  A Copa de 2014, na verdade, virou um congresso mundial esportivo e de turismo. Descobriram o destino Brasil, com visitantes de todo o planeta seguindo suas respectivas seleções de acordo com a tabela, país afora. Os vizinhos latinos, argentinos, chilenos, colombianos, mexicanos e uruguaios, vieram em maior número, dando ao evento um tempero de alegria e unidade continental. O mundial brasileiro foi um sucesso de mídia, de recordes e audiência. Até mesmo os americanos, inclusive o presidente Obama, que sempre foram resistentes ao êxito do nosso soccer, caíram de paixão pelo USA team, prostrando-se diante das TVs e invadindo Natal, Manaus e Recife. Nossa Copa repeliu o bilionário e cartesiano futebol europeu. Inglaterra, Itália e a atual campeã, Espanha, unidas em seis títulos mundiais, deram vexames, com goleadas e viradas humilhantes, caindo na fase inicial e com a obrigação de reconstruir seus trabalhos em futuras competições. O melhor jogador do mundo, o português Cristiano Ronaldo, veio ao Brasil com uma contusão mal curada e também, fracassou. Da Europa, salvaram-se a eficiente Alemanha, a talentosa e envolvente Holanda e a surpreendente e renascida França. Cada uma delas com seu craque protagonista. Thomas Muller, Arjen Robben ou Karin Benzema? Quem foi o cara da Copa 2014? Um dos três, ou, nenhum deles? Poderia ser o colombiano revelação, James Rodriguez, ou o nosso hermano albiceleste, Lionel Messi?  Pelo conjunto da obra, a Holanda redimiu-se de fracassos anteriores aprimorando seu ataque, seu estilo de jogo e pode almejar conquistas futuras. Tivemos despedidas, a de Andrea Pirlo, na Itália e de Samuel Eto’o, de Camarões e bizarrices como a mordida exemplarmente punida pela FIFA, do atacante uruguaio Luiz Suarez no italiano Chielinni, que acabou por abater a Celeste nas oitavas.  A Copa 2014 foi uma competição essencialmente tática. Os treinadores montaram suas estratégias, estudaram seus adversários, escalaram e modificaram seus titulares, jogo a jogo, ao sabor dos acontecimentos. Algumas boas surpresas aconteceram, para o bem, como a Costa Rica, que venceu o grupo C, o Chile e a Colômbia, com seus treinadores argentinos, as africanas, Argélia e Nigéria, ou, para o mal, com os campeonissimos, Del Bosque, Prandelli e Capello pilotando eliminações, já demitidos. Festejou-se entre os copeiros entusiasmados, o Brasil 2014 da ofensividade, da chuva de gols, dos times abertos, da maior média de gols por jogo, acima de três. Acompanho mundiais desde o México 70 e declaro, sem dúvida, que o do Brasil foi um dos dois melhores, pela capacidade de transformação de um fiasco anunciado em um vigoroso sucesso de técnica, de gols e de alegria, celebração entre vários povos e imagem positiva do país. O verdadeiro legado da Copa, além do gosto de quero mais, será uma mudança de atitude da nação, assumindo padrões de eficiência não apenas na gestão do esporte, na qualidade dos estádios e obras públicas, mas, na busca de um Brasil mais justo, desenvolvido, civilizado. Dentro de campo, o legado positivo do mundial brasileiro foi a vitória da Alemanha, cujo tetra premiou a execução fiel de um projeto de longo prazo. Desde 2006 uma geração de atletas trabalhou para chegar gradativamente ao titulo mundial. O jogo coletivo, a aplicação tática, forte marcação e ofensividade apareceram na imposição de 7x1 sobre o Brasil, nas semifinais e na vitória sobre os argentinos, na final. A atratividade técnica e comercial da Bundesliga, o campeonato nacional alemão, os investimentos nas categorias de base e a continuidade do trabalho até chegarem ao objetivo final, foram as bases da conquista germânica. Entre os brasileiros, ficou um rastro de perplexidade e indignação com a campanha da seleção. Da certeza do hexa, descemos a um ambiente de questionamento generalizado e de apreensão sobre os rumos do futebol brasileiro, nos clubes e na seleção. Até a Rússia 2018, com duas Copas Américas, Eliminatórias e Olimpíadas no caminho, o trabalho de reconstrução do Brasil vencedor será árduo e polêmico. Vale a nossa torcida.