segunda-feira, 16 de julho de 2012

O "ISSO AÍ" DO TUPI.

Coluna publicada originalmente no blog SCI, em 09/07/2012.


“Cada jogador sabe o que deu de si, acho que a gente tem que sentar e conversar pra consertar isso aí".

Declaração do zagueiro Silvio, ao fim de Macaé 4x2 Tupi, segunda derrota consecutiva do Galo na série C.

O “isso aí” definido pelo Silvão, quer dizer, o time que foi campeão brasileiro da série D de 2011, campeão mineiro do interior de 2012, na condição de semifinalista, fazendo três jogos duríssimos contra o CAM, atual líder da série A, sendo eliminado da decisão do título no detalhe, na falha única de marcação, protagonizar, após dois meses de recesso pelas incertezas e desdobramentos jurídicos com relação ao inicio da série C, uma estréia decepcionante, em casa, derrota de 2x0 para o Duque de Caxias e na sequencia da tabela, a goleada acima mencionada. Mesmo após 80% do elenco mantido, de amistosos contra os juniores do CAM, em BH e contra o Fluminense, nas Laranjeiras, com vitórias de 1x0, convincentes e geradoras de confiança, o time, a partir do primeiro jogo em casa, derreteu, virou pó, esteve irreconhecível, apesar do empenho e da luta individual de alguns jogadores serem nítidos. Nem sombra da marcação eficiente, do jogo aberto, dos passes bem trocados, do contra ataque mortal que produziu vitórias dentro e fora de casa, com autoridade e confiança. Por falar em confiança, perdeu-se esse ingrediente fundamental nas grandes conquistas do passado recente. Em JF, o time carijó virou presa fácil da marcação adversária, recuou excessivamente, encolheu-se e com o meio e ataque mal posicionados, tomou dois gols pelo corredor direito. Em Macaé, o time local fez quatro gols absurdos, dados a segurança e o entrosamento da zaga, no jogo aéreo e na penalidade desnecessária. Duas derrotas, zero ponto, saldo negativo de gols e zona de rebaixamento. Consequências diretas do inicio de maus resultados do Tupi 100 anos. Vamos discutir as causas? Mudança de foco. Subir para a série B deixou de ser prioridade para o comando do futebol e para alguns remanescentes do primeiro semestre. A política partidária e a arena das eleições municipais subtrairam do Tupi o comando do futebol, em pessoa. Cloves Santos sucedeu Maranhas em meio à largada da competição e com o bônus de um surpreendente atraso salarial de dois meses, felizmente vazado e com resolução encaminhada. Por sua vez, alguns jogadores ficaram acesos com o vai e vem do mercado da bola e perderam seu foco em propostas de saída para grandes clubes que acabaram não se confirmando, gerando decepção e sua permanência em Santa Terezinha. Não existem jogadores infalíveis, times imbatíveis. Solucionados os problemas internos, recomposta a linha de comando e de decisões, cabe aos nossos guerreiros fazerem o que pediu o zagueirão inconformado do início da coluna. Façam uma boa resenha, rasguem o verbo, xinguem-se uns aos outros até resgatarem aquele time vibrante, marcador, que se impunha dentro de campo e deixava a galera feliz.
Eu acredito na reabilitação, na volta do Tupi vencedor, confiante, rumo ao G4 e a apenas um desafio nas quartas para chegar ao acesso.

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